quinta-feira, 29 de março de 2012

[STBSEB:7395] FLOR-DE-MAIO (8) templo

 
 
Templo
 
 


Onde está o nosso Altar? E onde está o nosso Templo?

Lembro-me que, ao visitar a igreja onde converti-me, estranhei não encontrar um altar à frente, nem uma imagem para veneração, nem o próprio símbolo da cruz. Chamei o pastor e reclamei-lhe: "pastor, aonde está o altar? Aonde estão os santos?" Ele disse-me: "Wagner, o altar está em nosso coração; nós não temos imagens". Pensei: "Pois deveriam ter!".

Após aquele culto, eu me converti a Cristo, e só então pude entender o que significava ter o altar dentro do coração. Altar era o lugar onde se ofereciam sacrifícios. Eram repetidos continuamente, porque a eficácia dos mesmos era apenas simbólica, pois o verdadeiro sacrifício estava por vir. Um dia, porém, veio o Filho de Deus às águas do Jordão, e João Batista disse: "Eis o Cordeiro de Deus". Ali estava o sacrifício a ser oferecido no altar.

Sim, no Altar de Deus. Altar que não era de bronze, de ferro, de latão, de ouro ou pedra; Altar construído no alto da montanha, composto de uma cruz sangrenta. Ali estava o autêntico, legítimo e definitivo sacrifício. Cristo seria oferecido como Cordeiro de Deus, em favor de todos os homens, de todas as gerações, de todas as línguas, povos, raças, tribos, nações. Oh, Santo Amor de Deus, que levou Seu Filho às últimas conseqüências na expressão de tão grande amor!

Sacrificado, Cristo satisfez às exigências da justiça divina. Ressuscitado ao terceiro dia, apareceu diversas vezes e, no quadragésimo dia, subiu ao Pai. Dez dias depois o Espírito Santo foi derramado sobre todo o que crê, tornando-se residente em Sua igreja, e mostrou-se presente através de sinais e maravilhas. Agora "todos" somos batizados em um mesmo Espírito, independente dos dons que o Senhor dá para a edificação da Igreja.
 
E quem é essa Igreja? Os chamados para fora do mundo, para dentro do Reino, os salvos e redimidos. Os crentes num local determinado, que se reúnem num edifício, numa palhoça, numa casa, num barco, não importa. E também os crentes de toda a Terra, em todos os lugares. E onde estaria o Templo Maior, o Templo Principal, a sede, a matriz? Em Jerusalém? Judéia? Samaria? Roma? Confins da Terra? Não. O templo seria o corpo de cada um de nós, os novos tabernáculos de Deus no mundo! Sagrado mistério, insondável dádiva dos Céus!

A Igreja, como um todo, é um templo ambulante do Deus vivo. Aonde estivermos, ali está também a Igreja de Cristo. Cada membro, em particular é também um templo. Nossos corpos, antes servindo às paixões e aos desejos diversos, chamados "desejos dos gentios", às vaidades e às satisfações sensuais e culturais, tornaram-se santos, limpos moralmente, e dignos de serem honrados como puros vasos onde o Espírito Santo habita, de tal sorte, que a glória não esteja no vaso, mas em quem enche esse vaso.
 
Assim, na teologia paulina, discorre-se a tese de que os nossos corpos não são mais nossos, mas de Deus! Que verdade fabulosa! Isso nos faz entender que não é lícito continuar a servir às vis paixões e sensualidades físicas, às vaidades de aparência ou embelezamentos com finalidades meramente estéticas ou de vanglória. Agora os nossos corpos são extremamente importantes, pois neles vivemos, e neles santificamos a Cristo como Senhor, através da oração, da leitura bíblica, da verdadeira adoração, da pureza sexual. Há em nós um altar, há em nós um templo!
 
O altar é o lugar onde nós, ofertas vivas, diariamente oferecemos ações de graças e confessamos o senhorio de Cristo em nossas vidas. O altar é o lugar onde renunciamos às nossas vontades, pela vontade divina. O altar é o lugar onde o "não se faça o que eu quero" acontece. É ali que Deus está. Quem procura Deus numa sala, num oratório, numa parede, numa gruta ou numa cidade, não o achará. Porém, se entrar no "Santo Lugar", lugar de oração, adoração íntima e contrita, o achará! Não precisa ser no Monte Sinai, Monte Horebe ou Colinas do Vaticano. Pode ser numa favela, num beco, numa aldeia, numa metrópole, num submarino, numa aeronave, num buraco. O Altar é dentro do coração do crente.
 
E o templo? O templo também não está num lugar geográfico, numa cidade, numa capital, num país. O templo é o nosso corpo, limpo moralmente, dedicado integralmente à adoração de Deus, não de acordo com os costumes pagãos que encontramos em todo o sincretismo religioso do nosso mundo, mas dentro das determinações do próprio Deus, contidas em Cristo, contidas nos princípios registrados nos dois testamentos bíblicos. O cristianismo é uma nascente puríssima, com águas cristalinas. Encontramo-lo em sua essência nas páginas sacrossantas das Escrituras Sagradas. Quando o adaptamos ao belprazer de nossas culturas, torcendo-o ao ponto de justificá-lo culturalmente, torná-lo mais autóctone, mais colorido à luz de nossas lentes interpretativas, sujamo-lo, tal qual um esgoto suja um rio puro.

Quem quer enfeitar o templo ao seu belprazer, corre o risco de fazer um altar para Baal, uma igreja sincrética que mais provoca ira do que glória ao Senhor. De noiva do Cordeiro será chamada Jezabel e Babilônia. Para vergonha nossa o digo: talvez sejamos mais Babilônia do que quem constantemente acusamos disso! Julgamos estar em pé, mas amargamos algo pior que um magistério autoritário: abraçamos uma "re-leitura" bíblica, tão em moda na década de 70, hoje com outros (ul)trajes, mais modernos, mais "politicamente corretos". Não convém que seja assim, amados!
 
Assim, ferir seu corpo, tatuar-se, enfiar ferrinhos no nariz, umbigo, na testa e em outros lugares escusos, ou grafar à ferro e fogo, ou à tinta e máquina o nome de Deus, versos bíblicos ou manifestações religiosas, nomes de homens que não são mais que meros cooperadores do evangelho (quando o são de fato), se chama idolatria, é paganismo disfarçado de cristianismo, numa continuidade crônica do sincretismo religioso do mundo. Faz-nos lembrar Judá, que se consagrava tanto na época das perseguições, e se emporcalhava pior do que antes, quando o profeta, juiz ou rei piedoso morria. Precisaremos de uma boa perseguição para voltar à pureza de Cristo?

Servir a Deus purifica. Servir a Deus simplifica. Nossos corpos não precisam de símbolos ou embelezamentos culturais, para bendizer a Deus. Pelo contrário, segundo é santo aquele que nos chamou, devemos também ser santos. A nossa santidade deve também ser simples, sem adaptações culturais. Todas as vezes que os hebreus ou posteriormente os cristãos, buscaram adaptar Cristo à cultura, fazendo-o imergir num batismo mundano, transformaram a igreja num paraíso maldito, emporcalhando o nome de Cristo. Hoje Cristo é surfista, tatuado, superstar, jogador de basquete, vôlei e futebol, guerrilheiro socialista e sabe-se lá mais o quê! Esse não é o verdadeiro Cristo. E esses não são os verdadeiros cristãos.

Somos chamados a não perder tempo com símbolos, com aparências, com bandeiras meramente humanas, mas a gastar tempo com Deus, em oração; com o próximo, em serviço; com o perdido, em evangelização; com o doente, em assistência; com o enlutado, em consolo; com o esfomeado, em suprimentos; com o aprisionado, em libertação; com o irmão em edificação.

Na glória, quando ressuscitarmos, ganharemos vestes alvas, sandálias e cintos dourados, coroa na cabeça e mais nada; a nossa glória virá de dentro para fora, não de fora para dentro. E assim devemos ser hoje: astros a brilhar, mostrando a glória de Cristo, luzeiros neste mundo tenebroso.

Vamos imergir o mundo em Cristo, e transformar este século com o Evangelho! Deixemos de fazer o contrário.

Que Deus nos fortaleça.
Amém.
 
wagner antonio de araújo
igreja batista boas novas de osasco, sp

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