terça-feira, 27 de maio de 2014

[STBSEB:8687] Mogi das Cruzes tem crianças para adoção em quatro abrigos

26/05/2014 13h44 - Atualizado em 27/05/2014 06h54

Mogi das Cruzes tem crianças para adoção em quatro abrigos

No total são 85 crianças e parte delas está disponível para o processo.
Salesópolis tem apenas um abrigo com cinco crianças.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

As crianças disponíveis para adoção no Alto Tietê vivem em vários abrigos da região. Mogi das Cruzes, por exemplo, tem quatro abrigos que recebem verbas da Prefeitura. As instituições têm 85 crianças atendidas e parte desse número está disponível para adoção. Já em Salesópolis existe apenas uma unidade com cinco crianças.

O casal Márcio e Janaína Faria adotou um casal de gêmeos. As crianças hoje estão com 5 anos. Na época, Márcio e Janaína estavam casados há seis anos e pensavam em ter filhos. As crianças viviam em Salesópolis - mesma cidade dos pais adotivos. A possibilidade de adoção surgiu depois que a mãe biológica das crianças morreu e o pai não tinha condições de criar todos os filhos.

Eles fizeram tudo de acordo com a lei e o processo durou anos até que conseguissem a guarda definitiva das crianças. "A gente fala que eles são filhos do nosso coração. É claro que não tocamos toda hora nesse assunto. Mas em algumas ocasiões falamos. Até porque eles têm muitos irmãos que encontramos na escola, por exemplo. Então, preciso falar porque se eu não disser alguém pode contar", explica Janaína Faria. 

Os pais contam que os filhos do coração foram recebidos por todos os parentes e amigos com muito carinho. O batizado foi a primeira festa em homenagem às crianças. Depois vieram os aniversários, as comemorações na escola. A rotina dos pais mudou e se encheu de amor e dedicação. 

O coordenador do Conselho Tutelar de Salesópolis, José Aparecido de Souza Matos considera que o número de crianças no abrigo da cidade é pequeno. "Nos casos de adoção, o conselho procura sempre auxiliar o processo para que ele seja logo resolvido na medida do possível."

A psicóloga judiciária do Fórum de Mogi das Cruzes Letícia de Souza Lucas destaca que a Constituição garante à criança o direito de conviver em uma família. "O abrigo é uma medida de proteção. Ela fica neste local até a definição de sua situação jurídica."

Para adotar Letícia orienta os interessados a se cadastrar na Vara da Infância de suas cidades. Para isso, eles devem apresentar os documentos pessoais. "Esse processo de adoção tem várias etapas. O casal passa por entrevistas, cursos preparatórios, avaliações, etc. O tempo de término depende do perfil da criança desejada", diz a psicóloga. Uma dúvida comum entre os pais adotivos é saber se contam ou não à criança a origem de sua família biológica. Para Letícia essa informação não tem um tempo definido para ser revelada. "A Justiça garante à criança que quando ela complete 18 anos possa ter acesso ao seu processo de adoção e identidade de sua família de origem. Antes, depende se a família apoia essa decisão." Ela reforça que a criança tem direito a sua identidade e o início desse assunto pode ser o relato de como foi a espera até ela chegar a essa família.

A Comissão de Direito da Criança da 17ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha os processos de adoção. "Existem procedimentos para desconstituir o poder da família. E isso pode gerar morosidade ao processo de adoção, pois é composto de uma série de etapas. Mas sempre acompanhamos os processos", explica o vice-presidente da comissão, Audrey Rodrigues.


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Carla Geanfrancisco Falasca
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