São José dos Pinhais (PR), 07/abr/2013 - (15:56:19 hs)
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%%%%%%%%%%%%%%%%% MOMENTO DE MEDITAÇÃO Nr. 921 %%%%%%%%%%%%%%%%%
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"O drama da apostasia."
Para o povo de Deus, uma das experiências mais tristes é, sem
dúvida, a apostasia de pessoas que já foram membros da
comunidade dos crentes, mas acabaram abandonando a fé. Cristo
trata especificamente deste assunto na analogia dos dois
fundamentos (Mateus 7:24-27) e na parábola do semeador (Mateus
13:1-23). Em ambos os relatos a apostasia é associada à falta
de compromisso pessoal com a Palavra de Deus. Mas ao censurar
os escribas e fariseus (Mateus 23), Cristo sugere que mesmo os
estudiosos da Palavra podem apostatar dentro da própria
comunidade dos crentes, através de um conhecimento não
santificado da verdade.
Lealdade espiritual dividida: o relacionamento de uma pessoa
com Deus é nutrido pelo estudo da Bíblia e pela oração, e
efetivado pelo poder regenerador e transformador do Espírito
Santo. Pela Bíblia Deus fala ao ser humano, e através da oração
este fala com Deus. Sem uma humilde submissão da vontade humana
à vontade divina, o ser humano pode continuar estudando a
Bíblia e orando, mas permanecerá alienado de Deus.
Se lamentável é a situação dos pecadores impenitentes, muito
mais terrível é a condição daqueles que já experimentaram a
salvação mas acabaram esfriando em seu relacionamento com Deus.
Mantendo ainda algumas formas exteriores de religião, tais
pessoas nem sempre são plenamente conscientes de sua verdadeira
condição. Sansão, por exemplo, quando traído por Dalila, não
sabia "que o Senhor já Se tinha retirado dele" (Juízes 16:20).
Também a igreja de Laodicéia se vangloria de ser rica e
abastada, sem reconhecer que é "infeliz, sim, miserável,
pobre", cega e nua (Apocalipse 3:17).
A Epístola de Tiago fala a respeito de pessoas que
desenvolveram uma lealdade dividida entre os prazeres deste
mundo e a fidelidade a Deus (Tiago 1:8; 4:8). Sem abandonar a
comunidade dos crentes, tais pessoas não conseguem (e muitas
vezes nem mesmo querem) romper os valores anti-bíblicos da
cultura que as cerca. Sua conduta demonstra que para elas o
aplauso humano é mais importante do que a aprovação divina, e o
recebimento de uma "coroa corruptível" pelo êxito em
consecuções humanas, mais empolgante que a renúncia necessária
para obterem a incorruptível "coroa da justiça" (1 Coríntios
9:25; 2 Timóteo 4:8).
Problemas de interpretação da Bíblia: Dwight L. Moody declarou
que "por trás de toda apostasia existe a triste história de uma
Bíblia fechada". Mas a experiência dos escribas e fariseus dos
dias de Jesus confirma que mesmo pessoas com a Bíblia aberta
podem apostatar. Paulo estava ciente de que ele mesmo, a
despeito de pregar o evangelho a outros, também poderia ser
desqualificado (1 Coríntios 9:27). Ellen White assevera que uma
pessoa "pode explicar o caminho da salvação a outros, e ser
todavia um rejeitado". Sem a humildade gerada pela presença
santificadora do Espírito Santo na vida, o ser humano acaba
assumindo um orgulho intelectual que impede de considerar "os
outros superiores a si mesmo" (Filipenses 2:3). Assim, o
indivíduo passa a crer que não precisa mais submeter suas
interpretações das Escrituras à comunidade dos crentes, pois
suas idéias particulares são sempre "melhores" e "mais
confiáveis" do que as dos demais.
Muitos professos cristãos sofrem ainda hoje da síndrome de
Procrustes, pela qual o conteúdo das Escrituras acaba sendo
artificialmente ajustado às conveniências pessoais do
intérprete. Desconhecendo a advertência de não fazermos
quaisquer acréscimos ou supressões às Escrituras (Apocalipse
22:18,19), tais pessoas ofuscam a autoridade normativa da
Bíblia por sua ênfase nas tradições humanas, na razão humana,
na experiência pessoal, ou mesmo na cultura moderna. Seja como
for, o conteúdo da Palavra de Deus acaba sendo adaptado
subjetivamente aos gostos e interesses pessoais.
Alterações no estilo de vida: existem pessoas cuja capacidade
de hipocrisia é tão eficaz que conseguem exibir um
comportamento exterior não condizente com a degradada realidade
interior. Devemos reconhecer, no entanto, que dificilmente
alguém consegue manter por muito tempo uma mera aparência de
piedade sem que o declínio espiritual envolvido se reflita no
comportamento exterior.
Um coração destituído do poder regenerador do Espírito Santo
deixa gradativamente de produzir "o fruto do Espírito" (Gálatas
5:22,23) para manifestar de forma cada vez mais perceptível "as
obras da carne" (Gálatas 5:19-21). Em público a pessoa até pode
demonstrar uma aparência de piedade, mas os frutos da carne
transparecem de alguma forma na vida particular, no círculo
familiar, no ambiente de trabalho ou no convívio com aqueles
que não professam a mesma fé. A vida devocional é
negligenciada; a observância do sábado não é mais levada tão a
sério; as vestimentas e adornos começam a refletir mais de
perto o sensualismo da moda; e a alimentação e as bebidas
assumem um espectro de consumo bem mais amplo. Tudo isso começa
a se alterar em nome da nova liberdade em Cristo.
Charles H. Spurgeon nos adverte que "nem todos os que
freqüentam a igreja ou outras reuniões oram em verdade. Nem
todos que mais alto cantam melhor louvam a Deus. Nem todos os
que demonstram a maior contrição são os mais honestos." Isso
significa que tais pessoas só revelam seu verdadeiro caráter
quando distantes da comunidade dos crentes.
Legislação em causa própria: a consciência de muitos professos
cristãos acaba perturbando-os à medida que aumenta a distância
entre os elevados ideais do cristianismo e a triste realidade
de uma vida espiritual em declínio. Não disposto a abandonar
sua conduta pecaminosa, o indivíduo prefere acalmar a
consciência com analgésicos espirituais. Os princípios bíblicos
são então reinterpretados da perspectiva da condição pessoal na
qual se encontra o indivíduo. Já aqueles que não concordam com
a nova versão mais light da religião são tidos como fanáticos e
radicais. Dessa forma a pessoa sempre consegue se desvencilhar
de quaisquer interferências externas em sua conduta particular.
É curioso observar como algumas pessoas tendem a defender os
princípios comportamentais adventistas até que elas ou alguém
de sua família deslizem em algum ponto. Daí em diante a pessoa
passa a advogar maior abertura em favor dos pecadores. É certo
que deveríamos sempre evitar o fanatismo e o extremismo. Mas,
por outro lado, é vergonhoso quando alguém não tem humildade
suficiente para reconhecer seus próprios erros ou dos seus
familiares e amigos, e permite que o nepotismo o leve e
legislar em causa própria.
Postura crítico-belicosa: uma das evidências mais claras da
apostasia espiritual de uma pessoa é a presença de um espírito
crítico-belicoso. Em vez de reconhecer suas próprias faltas, a
pessoa passa a criticar a mensagem, os princípios e a liderança
da igreja à qual esteve vinculada. Desconhecendo as palavras de
Cristo em Mateus 18:15-17, prefere acusar publicamente os
pecados de todos aqueles com os quais não simpatiza. Esse é,
sem dúvida, um mecanismo de autodefesa para desviar a atenção
dos seus problemas pessoais, e para satisfazer seu próprio ego
dilacerado.
Ellen White nos adverte: "Vi que alguns estão definhando
espiritualmente. Tem vivido por algum tempo a observar se seus
irmãos andam retamente - espreitando toda falta, para então os
meter em dificuldades. E enquanto fazem isto, a mente não está
em Deus, nem no Céu ou na verdade; mas simplesmente onde
Satanás quer que esteja - nos outros. Seu coração é
negligenciado; raramente essas pessoas vêem ou sentem as
próprias faltas, pois têm tido bastante que fazer em vigiar as
faltas dos demais, sem sequer olhar para si mesmos, ou examinar
o próprio coração. O vestido, o chapéu ou o avental lhes
prendem a atenção. Precisam falar a este e àquele, e isto basta
para os ocupar por semanas. Vi que toda a religião de alguns
pobres corações, consiste em observar a roupa e os atos dos
outros, e em os criticar. A menos que se reformem, não haverá
no Céu lugar para elas, pois achariam defeitos no próprio
Senhor."
Transferência de culpa: creio que em muitos casos a apostasia
de membros da igreja pode ter sido estimulada pela negligência
da própria igreja ou de outros membros. Mas não deveríamos
exagerar esse ponto, pois existe uma tendência quase
generalizada de as pessoas apostatadas transferirem para a
igreja e a alguns de seus membros a culpa pelo seu próprio
afastamento da fé.
Se perguntássemos aos anjos rebeldes no Céu a respeito da causa
de sua apostasia, eles certamente acusariam a Deus de ser
injusto em seu relacionamento com eles. Se indagássemos a Adão
sobre o motivo que o levou a transgredir a ordem divina no
Jardim do Éden, ele transferiria a culpa para Eva, e esta, por
sua vez, para a serpente (Gênesis 3:9-13). A realidade é que
não são muitos os apostatados que assumem a sua própria
responsabilidade moral diante das tentações enfrentadas. Além
disso, existem aqueles que, com base na lei do espelho, acabam
projetando sobre os outros os seus próprios problemas sociais.
Proselitismo em favor do pecado: outra forte evidência de que
alguém apostatou a fé, ou que pelo menos já se encontra no
processo de apostasia, é a perda do senso de missão. De acordo
com Oswald J. Smith, "é necessário que evangelizemos, ou nos
fossilizaremos". Mas quando a pessoa esfria espiritualmente,
ela não sente mais desejo de levar os pecadores à salvação em
Cristo. Sem o amor de Cristo a arder em seu coração, ela não
consegue mais exclamar como o apóstolo Paulo: "ai de mim se não
pregar o evangelho!" (1 Coríntios 9:16).
A apostasia é um dos maiores problemas que o povo de Deus
enfrentou ao longo dos séculos, e esse é também um dos
problemas que atinge a igreja nestes últimos dias. Cada um de
nós deveria analisar cuidadosamente a sua própria vida (e não a
dos outros) com o propósito de detectar possíveis evidências de
um esfriamento da fé.
Para maiores referências, consultar REVISTA ADVENTISTA, edição
Maio de 2003, páginas 6 a 8, autor Alberto R. Timm, editora
Casa Publicadora Brasileira...
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