REPUBLICAÇÃO DA SÉRIE
"CRÔNICAS DE DEZEMBRO", 2001
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Dia 01 de dezembro de 2001
E ASSIM COMEÇOU O MEU NATAL
Um belo sábado, com ares de outono e colorido de verão. O mês de dezembro chegou, mas parece que a atmosfera ainda não tomou consciência: ventos frios, porém, gostosos.
Depois de várias atividades administrativas, preparação de boletins, matérias para periódicos, mensagens para os cultos do domingo e envio de e-mails, a tão esperada visita à Igreja Presbiteriana de A.E.Carvalho, zona leste da megalópole de São Paulo.
Já havia estado por ali uma vez, no início do ano. Na ocasião, preguei sobre "A PARÁBOLA DA LARANJEIRA", e acabei ficando conhecido por causa disso. Fiz-me acompanhar pelo Grupo Raízes, um grupo de adultos que canta bonitas canções evangélicas. Desta vez, entretanto, fui pregar sem levar a música. Meu interlocutor foi o Presbítero Francisco Xavier Gadelha, ex-aluno na Universidade Brasileira de Teologia, que está deixando a igreja para assumir uma congregação na Igreja Batista Betânia, na zona nordeste da capital paulista.
Lá chegando, fui bem recebido pelos irmãos, que aguardavam ansiosamente o início do "VEM LOUVAR DEZ/2001", o último do ano. Preparei a mensagem "AMAS-ME?", baseada em João 21, no diálogo de Cristo com Pedro. Contudo, ao chegar, percebi que a temática era outra, a abertura do Natal. E agora?
Um jovem pastor veio recepcionar-me - Pr. Gérson, pernambucano, de sorriso contagiante e palavras amáveis. Contou-me sobre como seria o programa e quanto tempo eu teria. Algumas pessoas também me saudaram, e chegou a hora de irmos ao salão atrás do púlpito, para a oração. O coral nos aguardava, e com ele, um lindo pôr-do-sol. Oh, Senhor, que pôr-do-sol lindo! As nuvens estavam encandecentes, com tonalidades vermelho-alaranjadas, o céu azul claríssimo, os raios do sol mostravam lindas faixas da beleza do Senhor! Um verdadeiro presente dos céus!
Oramos e fomos ao culto. Noite agradável, igreja cheia. Dois lindos corais, o da igreja e um grupo também da casa chamado Shalom. Os jovens tinham uma equipe chamada VENTURA. Pensei: "cantemos tal corinho POR VENTURA" (trocadilhos mentais). Uma jovenzinha da Assembléia de Deus de Itaquera cantando como Cassiane, uma verdadeira réplica. Outro garoto, da Igreja do Evangelho Quadrangular, Rafael, cantando músicas do famoso Robinson, o humilde crente do programa Raul Gil. Ele tentava imitá-lo, com certa dificuldade, mas louvava bem, eu creio. A impressão que se tinha é que o céu baixara à Terra e que estávamos num verdadeiro êxtase de alegria espiritual, com emoções controladas. Algo que só quem conhece esses momentos pode entender do que falo.
Hora de pregar. E o que pregar? Bem, 21 anos de púlpito e 10 de ministério pastoral, já me fizeram saber que muitas vezes o Espírito Santo "invade" a privacidade de nossos esboços, dizendo com docilidade para mudarmos tudo. E foi o que aconteceu. O coração e a mente foram impulsionados para voltar 20 capítulos, e lá fomos para João 1. Mas, o que dizer?
A árvore de Natal que embelezava a plataforma foi a chave. Falar do Natal, dos presentes, das luzes, da comemoração, falar da importância do Natal para nós, cristãos, e a diferença da temática de nossas comemorações - ao invés de dar um presente, nós é que recebemos um presente dos céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Enquanto pregava, encontrei o gancho para a ênfase do tema: "Quisera ter ao menos 1 minuto ao lado de Jesus, quando ele ressuscitava Lázaro, ou quando pregava o Sermão da Montanha, ou quando era assunto ao Céu". Mas, se por um lado não pude lá estar, por outro eu era um bem-aventurado, pois fazia parte do grupo dos que não viram e creram, e que tivera o privilégio de verificar o nascimento do Salvador no meu coração, desde o dia de minha conversão.
Três decisões, foi o que o Pr. Gérson anunciou. Encantei-me com o apelo, pois não é típico de um presbiteriano apelar aos inconversos, pelo menos dos que conheço. Gostei muito, glorifiquei ao Senhor. E, no final, abraços e congratulações de ambas as partes, eu para a brilhante música com a qual nos abençoaram, e eles bendizendo ao Senhor pela pregação.
Por tudo isso eu digo: bendito seja o nome do Nosso Deus!
Amanhã é Dia do Senhor, dia de Escola Dominical, Dia de pregações, de preparação de novos crentes, de músicas e comunhão, dia de sustentar o trabalho do Senhor.
Como bendigo a Deus por ser pastor! As privações pelas quais nós, pastores, atravessamos (salários pequenos e muitas vezes atrasados, perseguições, ingratidões, etc), não se comparam ao privilégio de podermos estar trabalhando na profissão mais importante do mundo: semeadores e cultivadores de almas para o Reino de Deus! A graça do Senhor compensa os esforços, e os galardões nós os queremos não agora, mas lá no Céu, pois os daqui são efêmeros, passageiros; mas os de lá eternos, em justa medida.
Obrigado, Senhor, por um belo primeiro de dezembro!
Feliz Natal, leitores!!!
Pr. Wagner Antonio de Araújo.
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