segunda-feira, 18 de outubro de 2010

[STBSEB:4845] Se Arrependimento Matasse ...


Caros Irmãos - Graça e Paz!
 
 
Compartilho com os irmãos a experiência relatada pelo Pastor Pérsio Santos - titular da PIB em Ermelino Matarazzo - de um membro da sua Igreja - Irmão Nello, líder comunitário, sobre o evento da candidata Dilma Roussef no último final de semana no bairro de São Miguel Paulista para nossa apreciação e juizo de valor.

 
 
 
 
 
Data: 18/10/2010 13:48:28
Assunto: Fwd: Se Arrependimento Matasse ...
 
Boa tarde a todos,
Quero levar ao conhecimento de vcs um fato, pra dizer o mínimo, muito esquisito acontecido com um grupo de pastores e irmãos, dentre eles o irmão Nello, membro da PIBEM e, como é do conhecimento de muitos, pessoa muito engajada em questões de políticas públicas e responsabilidade social (ele quem está relatando o ocorrido).
Acredito ser mais uma ferramenta para que todos pensem ou repensem sobre sua decisão em relação a eleição.
Deixo claro que não quero, de maneira nenhuma, sugerir que votem neste ou naquele candidato, até porque, na minha opinião, as duas possibiliades são péssimas e estou lutando com minha cosciência para decidir pelo mal menor.
Um abraço a  todos.



Na graça e na paz de Cristo,    Pérsio Luiz dos Santos     "Uma vez que o coração seja conquistado por Deus, tudo o mais se acertará, oportunamente. Esta é a razão pela qual Ele requer o coração sobre tudo o mais." Madame Guyon 



Se arrependimento matasse ... já estaria morto!

Ontem à tarde, fui convidado para participar de um ato público pró-candidatura da Dilma em São Miguel, onde haveria um momento especial de recepção para a liderança evangélica da Zona Leste, na qual poderíamos nos encontrar com a candidata e o Senhor Presidente Lula. O propósito era conversarmos sobre alguns assuntos de interesse comum.
 
Corri, fazendo contatos de última hora. Telefonei, "torpedeei", enviei e-mail, até sinais de fumaça mandei ... Falei com todos os pastores e líderes que pude. Esperei ansiosamente que todos os poucos contatados pudessem mesmo comparecer, afinal falaríamos com o Presidente da República, autoridade maior da nação e com sua possível sucessora (50% de possibilidades!),

Expressaríamos nossas preocupações sobre questões como a liberação do aborto, da eutanásia e da utilização indiscriminada de células tronco; sobre leis que interferem na histórica liberdade de culto e religião e da separação entre Estado e Igreja; sobre a miséria, a violência, a injustiça social que produz milhares de excluídos todos os anos; entre outras coisas.

Cheguei, e vi chegar meus convidados, por volta das 18h00, elegantes, limpinhos e até perfumados, para conhecer e conversar com Lula e Dilma. As horas passaram e nada deles.

Neste interstício temporal (hoje eu tô demais! rs), conhecemos Marta Suplicy, Senador Suplicy, Netinho, Celso Russomano, Luiza Erundina (que eu já tinha tido o prazo de conhecer. Outro alvo de meu respeito), e outros dos quais nem sei o nome.

Por volta das 20h30, nos chamaram a subir no palanque e alguns até a discursar. Padre Júlio Lancelotti, a quem respeito muito por seu currículo e história, discursou primeiro. Em seguida, quem não foi convidado(?), melhor dizendo, compelido a falar ... eu, é claro ... quem mais seria? rsrs. - abro aqui um parêntesis para fazer uma auto-psicanálise: sempre digo que tenho cara de "frei Serapião", não podem me ver que já querem se confessar.

Pois bem ... falei! Meu discurso, ou melhor, minha fala foi apenas sobre as injustiças sociais e seus respectivos excluídos, produto da primeira. Disse que esperava do próximo governo (fosse ele quem fosse) o compromisso de cuidar melhor da população em situação de rua, dos depedentes químicos e dos estrangeiros no país, em especial os hispânicos, por meio de políticas públicas, que são expressão operacionalizada dos tão apregoados Direitos Humanos. Continuei dizendo que este novo governo precisa cuidar ainda mais das cirnaças sem creche, das crianças exploradas por seu trabalho, dos alunos que precisam de educação básica e profissionalizante, dos adultos que precisam complementar seus estudos e de todos que necessitam de acesso às Universidades Públicas, que foram criadas para atender aos alunos oriundos das classes sociais menos favorecidas socioeconomicamente.

Pois bem, quando terminei, tratei de descer do palanque, uma vez que minha intensão não era exatamente participar da campanha de ninguém, muito embora Dilma, neste segundo turno, seja minha candidata (meus motivos expressarei em outro texto em ocasião mais oportuna).

Quando descemos, a reação já foi imediata ... e terrível. Vários pastores, já indignados, começaram a preparar-se para se retirar, pois entenderam tudo o que aconteceu como uma possível manipulação eleitoreira, ou seja, trocando em miúdos, nos chamam aqui para conversar com o Presidente, não conversamos, nos levam ao palanque e somos apresentados como apoiadores da candidatura de Dilma Roussef. E se retiraram mesmo.

Pois bem, creio que todos foram convidados com o mesmo argumento: reunir-se com o Presidente. Creio também que a maioria dos que compareceram o fizeram por que se sentiram honrados com tal oportunidade e não porque apoiam a candidatura de Dilma. Aliás, estou quase certo de que grande parte deles nem mesmo a apoiam.

Tentei o quanto pude argumentar com os pastores e outros minisros evangélicos presentes. Alguns me ouviram e resolveram não acreditar na possibilidade jogo político e ficaram mais algum tempo. Outros se foram. 

Por volta das 21h15 o Presidente, a candidata e seu séquito chegaram ao local. Nós, os convidados "clericais", estavamos nababescamente instalados em um espaço VIP, apreciando o conforto e degustando iguarias (a sardela estava deliciosa). Demoraram uns 20 minutos em um recinto privado e, de repente, adentraram a Câmara dos Comuns.

Dilma, fez questão de cumprimentar educadamente a todos, um por um. O Presidente Lula fez o que pôde. Cumprimentou uma parte dos presentes e já lhe avisaram que os microfones já clamavam por sua presença no palanque. E se foi, seguido de Dilma.

Nada de reunião, nada de conversa, nada de nos ouvir, nada de nós entendermos o que aconteceu ...

Após este último ato da ópera, ficou aparentemente indicado que realmente a liderança religiosa, falando especificamente dos evangélicos, foi usada para apoiar a candidatura de Dilma, sob o mote da tal reunião que não aconteceu. Ainda que eu, particularmente, entenda que quem nos convidou e o próprio Presidente e candidata não tiveram culpa nenhuma nisso, tendo sido este uma questão de agenda e organização, e crer que não houve má fé, não posso mudar o péssimo efeito produzido, as conclusões alcançadas e os possíveis desdobramentos da situação.

Ao decidir "trabalhar" com os protestantes e evangélicos, sobretudo com as igrejas reformadas e históricas, devemos entender antes quem são e como são. No Brasil, a maioria destas denominações surgiu como produto de trabalhos missionários estrangeiros (principalmente norte-americanos e europeus, especialmente alemães e ingleses) sérios, éticos e devotados, porém, muito conservadores, herdeiros de movimentos históricos de pensamento teológico e religioso como o Fundamentalismo e o Evangelicalismo. 

Foram (fomos), até um passado recente, doutrinados de forma a, muitas vezes, ter grandes dificuldades em "linkar" direitos humanos, políticas públicas, a questão social, a economia, as relações governamentais, e - principalmente - o processo político-partidário e eleitoral com a fé, o mandato eclesiástico e a atuação ministerial.

Um convite como este é bastante incomum para a grande parte dos ministros evangélicos presentes. Não temos, com raras excessões, o mesmo histórico de trânsito nas questões sociais e políticas e de reflexão e práxis humanitária, como por exemplo os católicos engajados. Estamos ainda iniciando tal caminhada, já extensamente trilhada por muitos padres, leigos e bispos. Assim, um final como esse pode significar um grande retrocesso num pequeno progresso. E é exatamente isto que me preocupa, já que tenho procurado dispensar grande parte de meus esforços e tempo para criar esta confiabilidade que resultará em futura aproximação e até, creio, engajamento.

Precisamos conseguir aprender a inserir em nosso contexto confessional a questão política, e para isto precisamos de auxílio. Mas, para sermos auxiliados, primeiro precisamos ser conhecidos e compreendidos.
 
Perdoem o desabafo quase terapêutico, rsrs. E podem continuar contando comigo para avançar.

P.S. Disse acima que não pretendia fazer campanha para ninguém porque, como um humilde agente social e facilitador comunitário, às vezes ter sua imagem e nome vinculado a alguma corrente partidária pode causar alguns desdobramentos não desejáveis.

No Amor de Jesus, vosso conservo.
  
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NELLO PULCINELLI, miss°
Servo sofredor com Cristo

"Eu jamais tive um chamado. Eu li uma ORDEM e obedeci" (Sophia Muller)
"Pregue o Evangelho sempre, se necessário, use palavras" (Agostinho de Hipona)
"Dai-me, Senhor, cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." (John Wesley)
"A fé cristã é comunitária. Todo pão é pão nosso, todo perdão é perdão nosso, toda vitória é vitória nossa, todo produto é produto nosso e toda bênção é bênção nossa, pois sabemos que a verdadeira identidade de cada um está no relacionamento." Ariovaldo Ramos
"Fiat Iustitia etsiamsi periat mundus" - Faça-se a Justiça mesmo que o mundo pereça. (Latino Anônimo)
"O mal prevalece, quando o bem se omite" (Anônimo)
"Seja a mudança que você quer ver no mundo" (Mahatma Gandhi)


 
 


 
Fraternalmente em Cristo Jesus.



Marcos dos Santos Queiroz

Pastor da PIB em Vila Sílvia
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