quinta-feira, 14 de outubro de 2010

[STBSEB:4826] A escolha de Sofia

Encaminho...

O TEXTO É UM POUQUINHO EXTENSO, MAS INVISTA UM POUCO DE SEU TEMPO.
EXCELENTE SEMANA A TODOS!!!!!
 
A ESCOLHA DE SOFIA -leia enquanto é tempo, IMPORTANTE!



 

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que
serão governados pelos que se interessam." (Arnold Toynbee)

"A escolha de Sofia" é a história que acontece no campo de concentração nazista de Auschwitz, vivida por uma mãe judia, que é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha - qual seria executado e qual seria poupado.

 


Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem notícias dele. 

A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de "decisão quase impossível de ser tomada". 

O artigo a seguir foi escrito no final de 2009, pelo economista

Rodrigo Constantino - autor de 5 livros.  

Ele assina a coluna "Eu e Investimentos", do jornal Valor Econômico; também é colunista do jornal O Globo; além de ser Membro-fundador do Instituto Millenium; e vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Forum da Liberdade. 

Seu curriculum vai muito além do que está listado acima,
é extenso e respeitável. Segue seu artigo:

" Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia."
(por Rodrigo Constantino )

"Tudo que é preciso para o triunfo do mal 
é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

Agora, praticamente é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo. 

Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável. 

Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista, em 1933, na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro 
monopólio da esquerda na política nacional. 
PT e PSDB cada vez mais se parecem. 
Mas também existem algumas diferenças importantes. 

O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios, os mais abjetos, para tal meta. 
O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso. 

O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente
grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista. 
O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: 
o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, 
ONGs, estatais, agências reguladoras, tudo! 

O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez, na Venezuela; Evo Morales, na Bolívia; Rafael Correa, no Equador. 
Enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. 
A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme.
O estrago será duradouro. 
Mas quanto antes for abortado, 
melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre 
Serra e Dilma. Uma continuação da gestão petista 
através de Dilma, é um tiro certo rumo ao pior.

Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, 
com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, 
aquela existente em Cuba ainda hoje. 

Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos. 

Como anular o voto 
sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?! 

 
Como virar a cara 
sabendo que isso pode significar passos mais acelerados 
em direção ao socialismo bolivariano? 

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia.
Mas anular o voto, desta vez, pode significar 
o triunfo definitivo do mal. 

Em vez de soco na cara ou no estômago, 
podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra.
Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa. 
Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio à Dilma. 
Meu voto não é a favor de Serra. 

No dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro do 
governo Serra, como sou hoje do governo Lula. 
Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder.
Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. 

Só o desaparelhamento de petistas do Estado 
já seria um ganho para a liberdade,
ainda que momentâneo. 

Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convicente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o que hoje devemos e podemos fazer!


 


           


 



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