quarta-feira, 28 de julho de 2010

[STBSEB:4499] DIVAGAÇÕES SOBRE MINHA MÃE

 
 
 
 
SAUDADES...
   

06 de dezembro.

2005.

1695 dias.

242 semanas.

54 meses.

40.652 horas.

 

Não importa a numeração,

só a constatação de

que o mundo ficou

menos mundo e o doce

ficou mais amargo

desde o dia em

que a senhora

nos deixou, mãe querida.

 

Sobrevivemos, mas à

custa exclusiva da Graça de

Deus, pois o coração

perdeu o vigor.

 

Quisera tê-la ao meu lado,

junto de mim, com seu

carinho maternal, seu sorriso

benigno, suas palavras

tão amorosas,

suas broncas tão indispensáveis,

e toda a sua fragilidade

de mãe velha!

 

Ah, mãe velha, que falta

a senhora faz!

 

Ainda não reformei o seu quarto.

Ainda não tirei o seu retrato

da sala. Acho que nunca

o farei, pois ver sua imagem

me traz algum alento,

alguma âncora que me ligue

consigo.

 

Mãe, como fui tolo

em deixar de desfrutar de

sua companhia e de sua

presença, escolhendo outras

atividades que eu sei

que não eram prioridade!

 

A vida é dura, pois só

percebemos o quanto fomos tolos

quando não há mais o que

fazer...

 

Hoje eu daria tudo para estar

sentado aos seus pés, com

a cabeça sobre o seu colo,

recebendo o seu afago,

ouvindo o seu canto,

desfrutando de seu calor.

 

Mãe querida, mãe pra sempre,

mãe do coração, mãe

inesquecível, como a

 vida é dura

sem a senhora!

 

O seu pastor perdeu outra

velhinha, a Dona Margarida,

sua confidente também.

Ele gostava de estar com ela,

gostava de ir à sua casa,

assim como fazia aqui,

visitando-lhe sempre e sempre,

ouvindo-lhe, aprendendo com

sua sabedoria. Agora

ele está sem a Dona

Margarida e sem a senhora.

Sinto tanto por ele!

 

Vamos ficando mais pobres,

mais experientes, mais

conformados. Como é difícil

viver!

 

Deus é tão bom, mãe

querida, que coloca consolos

e gotas de esperança

no nosso caminho, como

aquele anjo que confortou

Jesus antes do martírio;

são consolos e afagos do Criador.

 

Ele deu-me a Elaine,

e eu queria tanto que a senhora

a tivesse conhecido!

 

Mulher digna, bondosa,

que tem uma ternura peculiar,

uma graciosidade sem par,

que certamente será para

os seus netos, mãe, o que

a senhora é para o Daniel e para

mim.

 

A senhora é, humanamente,

tudo!

 

Elaine tem sido companheira,

tem sido jóia, princesa, ternura,

lutadora, parceira, lenço que

me enxuga lágrimas e

força que me impulsiona à

frente.

 

É fruto de sua oração, mãe!

Assim como as ondas de rádio

circulam eternamente no éter,

suas orações estão na memória

de Deus e Ele não deixou

nenhuma prece sem resposta.

 

Tudo a seu tempo tem

acontecido.

 

Obrigado, mãe amada,

mãe querida,

berço de minha existência,

razão de minha vida,

saudade eterna do meu

coração,

instruidora principal em

minha vida cristã!

 

Sei que a senhora não me

ouve, não me vê. Sei que a

senhora está no primeiro andar,

desfrutando do Pastor querido,

Jesus Cristo, sei que é inútil

falar contigo.

 

Mas falo comigo, com a saudade,

com a recordação latente e

constante que pulsa como

um coração, essa força interior

que me leva a pensar na senhora

a todo momento,

em toda escolha,

em todos os sentidos!

 

Sou um homem rico.

Ter a senhora como mãe

é ser eternizado como um

bem-aventurado!

 

Mas a sua ausência

me faz sentir mais pobre.

Mas, aleluia!, é

temporária! Glória a Deus!

 

Sei que o Daniel, seu filho

caçula, meu irmão querido,

também sente o mesmo - e até

mais -, pois foi o fruto de seu

sacrifício.

 

Só depois de sua partida é

que soubemos que

a senhora faleceu

na maternidade

e com muito custo

foi ressuscitada.

 

Nunca nos disse nada,

mas o meu irmão está lá como

testemunha da dedicação

de uma mãe que deu a vida

pelos filhos.

 

Obrigado, mãe querida!

 

Mesmo com o rosto torto

pela deformação da paralisia facial

ainda sou capaz de sorrir na

alma e dizer: amo a senhora,

minha mãe!

 
"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar." (Jo 14:2)
 
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (Jo 14:27)"

28 DE JULHO DE 2010

 

     

 
         
 

ELZIRA BONFANTE,

A MINHA MÃE!

Nenhum comentário:

Postar um comentário