Mais um DIA DO PASTOR na denominação onde sirvo ao meu Senhor (CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA). Mais um dia de profunda reflexão.
Eu não pedi para ser pastor. Não foi uma profissão que escolhi, um emprego que aceitei ou uma carreira na qual entrei com a finalidade de galgar degraus para ganhar fama, dinheiro ou poder.
Eu fui convocado pelo Senhor. Fui convencido por Ele. Fui escolhido para seguir a vida a semear o Evangelho, a confortar os entristecidos, a levantar os enfraquecidos e a unir em Cristo aqueles que o Senhor colocou em meu caminho. E sou grato por isso!
Lembro-me quando garoto ainda, recém-convertido a Jesus, amargava a realidade de perder o pastor que eu tanto amava e a quem devia a minha gratidão por ter anunciado o evangelho para mim (Pr. Timofei Diacov). Ele iria embora para o interior paulista, e nossa igreja ficaria sem um líder. Eu não queria perder um minuto sequer; queria estar junto dele o tempo todo.
E, no auge dos meus quatorze anos, não perdi nenhuma oportunidade. Quando o meu dia terminava, após as aulas colegiais, depois de um duro labutar como "office boy", corria para a casa dele, para aprender mais um pouco sobre Deus e Sua palavra. Como foram importantes aqueles momentos! O pastor sempre me recebeu bem. Eu era uma espécie de filho postiço para ele.
Mas o que realmente marcou para sempre o meu coração eram os compromissos que o meu pastor tinha, nas igrejas da capital paulista. Muitos aniversários, muitas celebrações, muitos casamentos, e todos queriam ouvi-lo. Fui com ele, nos sábados, às igrejas do Carandiru, do Limão, da Pompéia, de Pinheiros, do Alto da Lapa, e em todas elas ele era apreciado e amado, e eu me sentia tão orgulhoso de tê-lo como amigo e pastor! Vê-lo pregar e usar o púlpito com tanta propriedade, com tanta coragem, com tanta sabedoria e autoridade espirituais, era um sonho para mim. "Como ele faz isso? Como pode? Puxa, que maravilha!"
E - quem diria! -, hoje eu também sou pastor! Também fui enviado pelo Senhor a proclamar a mesma mensagem nos púlpitos por onde vi o meu pastor passar. Jamais me igualarei, ou chegarei perto da qualidade e capacidade dele, pois, para mim, ele sempre será o melhor. Faz parte da ternura e do meu amor filial, espiritualmente falando, admirá-lo como o meu primeiro pastor e pai na fé. Mas uma coisa faço: dentro das minhas limitações, procuro dar o melhor de mim para Deus. Assim, procuro imitar-lhe os passos. Procuro seguir suas pisaduras. Se eu puder pelo menos caminhar bem próximo de suas marcas, já serei mais do que realizado.
Será que alguém sente isso por mim? Será que eu ou os pastores que me lêem nesta hora, servem de exemplo a ser seguido em alguma área da vida?
"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, e o amor". (I Co 13.13)
Quero imitar a fé do meu pastor. Ele cria no que pregava. Ele confiava no que encontrava em Cristo. Ele não era um blefe, uma comédia ou uma tragédia. Ele era autêntico em sua confiança em Deus. Aliás, continua sendo, graças a Deus. Quero que a minha fé inspire aqueles que o Senhor tem colocado sob os meus cuidados. Quero que essa fé transpareça nas pregações, nos estudos, nos artigos, nas canções, nas atitudes, nas conferências, aqui e no exterior, tanto em dias de festa, quanto nos dias difíceis, diante das vicissitudes da vida, nas horas de grande necessidade.
Também desejo ter a sua esperança. O Pr. Timofei não aguardava o fracasso, mas sempre rejubilava-se com a expectativa da vitória. Mesmo que os dias fossem maus, mesmo que sua igreja atravessasse momentos de grande turbulência no vôo da vida, mesmo que a sua saúde ou a de seus entes queridos estivesse ameaçada, seu rosto, seu sorriso, seus cânticos entoados e suas palavras, eram de quem esperava no Deus dos impossíveis, de quem considerava que o viver era Cristo, e a morte era lucro. Quis Deus que ele continuasse, e até hoje frutificasse, e eu espero que continue por muitos, muitos e muitos anos. A sua fé inspirou-me, e eu quis sentir sua esperança. "Crer no Deus dos impossíveis". Ele me ensinou que Deus é real!
Servindo de liga, de argamassa para tudo isso, estava o amor. Ah, esse amor, que fazia e faz dele um grande pai, um grande amigo, um grande conselheiro, esse amor que mantinha a porta de sua casa aberta, a linha do seu telefone disponível, e o seu tempo flexível para as necessidades de todos nós! Ele nos amava. E ainda nos ama. E vai continuar assim até o Senhor voltar, ou nos levar. Como eu quero amar como ele tem amado! Capaz de dar de si, não só materialmente, mas de sua própria alma! Em suas pregações, em seus programas radiofônicos, em seus múltiplos artigos, vê-se o quanto é possível amar e ser fiel. Um amor como esse é o que desejo para mim. Esse amor faz toda a diferença!
Neste DIA DO PASTOR, desejo ser isso para alguém. Desejo ter isso para doar, para viver, para transmitir. Espero que os pastores que me lêem também o desejem. E que um dia, se tempo houver, alguém se lembre de nós com ternura, com carinho, com amor, e possa também dizer: "o meu pastor me ensinou a ssguir a Cristo, e amar a Deus sobre todas as coisas".
Homenageando o PASTOR TIMOFEI DIACOV, homenageio a todos os pastores que me lêem, independentemente de suas denominações.
Feliz
DIA DOS
PASTORES!
São Paulo, SP, Brasil, 11 de junho de 2006
foto de 2005
Wagner Antonio de Araújo
última ovelha do Pr. Timofei Diacov, antes de deixar a Igreja Batista de Sumarezinho, SP, rumo a Lins, no interior, em 1980.
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP